N° 7
INTEGRACIÓN Y CONOCIMIENTO |
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ISSN 2347 - 0658 |
Vol. 2 Año 2017 |
Reseña de libro
MOROSINI, M. (Org.) Fórum
Marli Dias Ribeiro
Universidade Católica de Brasília marli.com@gmail.com
Olivro Fórum
as perspectivas de integração regional e a internacionalização no panorama da Educação |
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Superior. O evento foi concebido e planejado objetivando a discussão e o estabelecimento de diretrizes e metas para a próxima Conferência Mundial de Educação Superior. Com vistas a esse objetivo, os participantes aprovaram ao final do encontro o documento “Declaração de Foz do Iguaçu” que propõe consolidar os consensos construídos.
Na apresentação do livro, Josué Modesto dos Passos Subrinho, reitor da UNILA, descreve os objetivos formulados e alcançados pelo fórum com realce aos grandes desafios existentes, os quais ele sintetizou na expressão: “Um desafio do tamanho da América Latina”.
O prefácio, escrito por Paulo Speller, Secretário da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) à época, e, atualmente, Secretário Geral da Organização dos Estados
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quesito, os fatores de exclusão tais como pobreza, desemprego, migrações, crise alimentar, mudanças climáticas e energéticas
O livro foi organizado em cinco seções temáticas e elaborado a partir das diretrizes mais recentes relacionadas à cooperação internacional da Educação Superior. Os pontos
principais de discussão são as demandas sugeridas pela UNESCO, de modo particular, 284 temas dos encontros realizados na Conferência Mundial de Educação Superior (CMES),
em Paris, em 1998, a Conferência Regional de Educação Superior para América Latina e Caribe (CRES), em Cartagena de Índias na Colômbia, em 2008, e os desafios da América Latina e Caribe no contexto da Conferência Mundial de Educação Superior (CMES), em Paris, no ano 2009.
Na primeira seção, intitulada “Integração e Internacionalização da Educação Superior”, Marco Antônio Rodrigues Dias, António Nóvoa e Marília Morosoni estabelecem questionamentos acerca do processo de internacionalização, historicamente presente nas universidades. Os autores ponderam que a cooperação e a educação transnacional são realidades contemporâneas, multifacetadas do mundo globalizado, que estabelece condições abarcadas por dimensões culturais, sociais, regionais e econômicas. De fato, a internacionalização pode carregar uma maneira de conceber a universidade que pressupõe equidade como base fundamental para que a integração seja permanente e efetiva e seja agregadora de cidadania e respeito. Os especialistas alertam para o risco de limitar os processos de ajuda, cooperação e comércio a meras relações mercantis, êxodo de cérebros, rankings acadêmicos, dentre outras distorções, e deixarem de lado o real papel da missão universitária, que não deve
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Em Sociedade do Conhecimento e a Educação Superior, segunda seção, Estela |
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Miranda, Renato Dagnino e Célio da Cunha examinam os aspectos históricos e |
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culturais da região, sobretudo, dos processos de colonização, exploração e |
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desenvolvimento econômico, suas possíveis consequências e contradições relativas ao |
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avanço das universidades, de sua centralidade e necessidades num mundo |
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unidimensional para usar a expressão de H. Marcuse. A Sociedade do Conhecimento é |
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criticada diante da necessidade de se perguntar: quais conhecimentos? Renato Peixoto |
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Dagnino rediscute o sentido de: o conhecimento, a debilitada capacidade de respostas |
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das políticas públicas, a “surdez da comunidade universitária” e a partidarização |
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medíocre e simplista das ideias de Marx frente à sociedade baseada no capital. O autor |
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reforça que as mudanças somente serão efetivadas quando os discursos saírem dos |
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corredores silenciosos e avançarem até as salas de aula. Por sua vez, Estela María |
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Miranda retoma as reflexões de Renato Dagnino ao debater as posições simplistas de |
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setores e entidades universitárias acerca da politização ou dimensão política do |
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conhecimento. A autora acrescenta que o conhecimento é requisito fundamental ao |
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desenvolvimento integral de homens e mulheres, participantes e informados. Adverte, |
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ainda, que as crises e disfuncionalidades podem estar associadas ao fato da |
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universidade não responder aos projetos de acumulação econômica a uma crise de seu |
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real sentido e à própria maneira de como ocorre a produção de conhecimentos. Célio |
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Cunha faz referência à eminente necessidade de consolidar a universidade como bem |
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público, sem |
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decidir pela cooperação e solidariedade sem desconsiderar a realidade social, política e |
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econômica do mundo atual. |
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Segundo os autores, os desafios da universidade estão na capacidade de |
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conceber a formação de cidadãos capazes de intervir criticamente na política, na |
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cultura, na economia, na vida profissional, na ciência, em níveis locais, nacionais e |
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internacionais. Interrogações sobre a universidade é o cerne dessa seção. Entre elas, |
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que conhecimentos devem responder ao conjunto de dilemas e indagações quando se |
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constata não ser o conhecimento elemento neutro? Outro ponto salientado é a |
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criteriosa exigência no estilo, modelo e projeto de universidade, que se justifique |
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enquanto funcional e pública. Quais seriam suas funções, a quem serviria e que |
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respostas ela deveria dar? Talvez, os questionamentos sejam os propósitos do debate |
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frente à crise de autonomia, de legitimidade e institucionalidade universitária. |
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Já a terceira seção destaca aspectos como a qualidade, pertinência e inclusão, |
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dimensões caras ao Ensino Superior; estes são delineadas por Murilo Silva de Camargo, |
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André Lázaro e Luis Piscoya Hermoza. Num tom otimista, Murilo Silva de Camargo |
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salienta que as últimas duas décadas se mostraram favoráveis nesse aspecto, visto que, |
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a América Latina e o Caribe conjugaram boas taxas de desenvolvimento econômico, |
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democratização e políticas públicas em educação. A universidade parece acompanhar o |
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movimento |
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argumenta que, sem universidade, não há país desenvolvido. No entanto, questões |
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herdadas do passado ainda pairam como pesadelos e desigualdades sociais, justiça, |
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direitos humanos, violência e |
inclusão são sonhos das instituições de Educação |
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Superior. Em seguida, André Lazaro, e Luís Piscoya Hermoza incluem, no debate do fórum, temas relativos não somente a questões sociais e econômicas. Destarte, eles apresentam as populações indígenas e afrodescendentes como portadoras de saberes que devam ser valorizados na formação dos profissionais e em demandas atuais. Segundo eles, uma educação de boa qualidade, que ultrapasse as barreiras étnicas para uma educação de diálogos interculturais, deve dar visibilidade às riquezas locais, sendo, pois, questões importantes e, por vezes, abandonadas pelas instituições hegemônicas. Diante desse quadro, qualidade, inclusão e pertinência mostram
A quarta seção apresenta reflexões sobre a qualidade, a equidade, o credenciamento, a acreditação e a avaliação. A seção é desenvolvida por Denise Leite e Sérgio Roberto Kieling Franco. Apesar dos termos agruparem categorias estrutu rantes, quando associadas em um único conjunto, também lançam polêmicas. Denise Leite viaja pelo tema, questionando o sentido dado às avaliações e seu uso inadequado
Ainda na quarta parte, o tema da qualidade do Ensino Superior, nos primórdios
universitários, na América Latina é resgatado por Sérgio Roberto Kieling Franco. 286 Pensar um critério de qualidade passa por ouvir os atores do processo, suas dimensões, complexidades, sua trajetória e objetivos, alude o autor. Segundo ele, se não existir a autocrítica e enxergar as próprias fragilidades, a avaliação torna
deve
A despeito da autonomia e governabilidade Dilvo Ristoff e Wrana Panizzi sublinham, na quinta seção, que a Educação Superior é essencial a todos, e, em particular, aos governos. Embora entidades privadas e públicas realizem parcerias, essa chamada ao Estado, é fundamental.
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conclamam a abandonar o comodismo e seguir, reforçando o compromisso de uma universidade coletiva.
Por fim cumpre destacar que os vários textos apresentados pelos especialistas são de inegável atualidade e um marco para reflexões e ponderações indispensáveis às políticas públicas para o setor. O documento final, nomeado Declaração de Foz do Iguaçu, convoca à ação, à democracia, ao debate sobre fracassos que poderiam ser evitados. De fato, mudanças significativas nos percursos das instituições universitárias caminham com as contradições de nossos tempos. A rigor,
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