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HEGEMONIA E
CONTEXTO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO SUPERIOR: CRITÉRIOS PARA UMA
ANÁLISE CRÍTICA E REFLEXIVA DO CAMPO
Fernanda Geremias Leal Universidade do Estado de Santa Catarina fernanda.leal@ufsc.br
Mário César Barreto Moraes Universidade do Estado de Santa Catarina mcbmstrategos@gmail.com
María Soledad Oregioni
106
RECIBIDO:01/03/2018
ACEPTADO: 02/10/2018
Resumo
O objetivo deste ensaio é propor um arcabouço teórico com critérios para uma análise crítica e reflexiva da hegemonia e da
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Hegemonia y |
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Superior: criterios para un análisis crítico y reflexivo del campo |
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Resumen |
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El objetivo de este ensayo es proponer un marco teórico con criterios para un análisis crítico y |
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reflexivo de la hegemonía y de la |
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contemporánea, considerando los siguientes presupuestos: 1. El fenómeno de la |
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internacionalización de Educación Superior se encuentra ontológica y epistemológicamente |
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inmerso en la matriz cultural del poder colonial, moldeado por la desigualdad y la jerarquía, y actúa |
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bajo el cimiento de un imaginario global dominante. 2. La Educación Superior se refiere a un |
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campo relacional de poder, compuesto de redes y relaciones tan competitivas como cooperativas, |
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en el cual la racionalidad económica no se inserta sin fisuras, contradicciones o resistencias. Al |
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cuestionar bajo qué circunstancias una "otra internacionalización de la Educación Superior" es |
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posible, hacemos referencia a los estudios postcoloniales y decoloniales, así como a antecedentes |
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históricos de nuestro locus de enunciación, América Latina, para proponer dieciséis categorías |
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analíticas; las cuales nos permiten pensar en una perspectiva de internacionalización basada en |
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racionalidades distintas de aquella orientada para suplir las demandas del mercado capitalista |
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mundial. La extensión universitaria en sentido amplio, asociada a la idea de autonomía |
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condicionada a la sociedad y a la contextualización de las actividades universitarias, es central a esa |
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construcción; al mismo tiempo que se refiere a un fenómeno típicamente latinoamericano, legado |
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del Movimiento de Córdoba, con indicios de |
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posiblemente, del aspecto más descuidado por la vertiente hegemónica de la internacionalización. |
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Palabras claves: Internacionalización; Educación universitaria; Hegemonía. |
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Hegemony and |
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Education: criteria for a critical and reflective analysis of the field |
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Abstract |
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The objective of this essay is to propose a theoretical framework with criteria for a critical and |
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reflexive analysis of hegemony and |
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higher education, given the following assumptions: 1. Thephenomenon of internationalization of |
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higher education is ontological and epistemologically immersed in the cultural matrix of the |
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colonial power, shaped by inequality and hierarchy, and works under the umbrella of a dominant |
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global imaginary, and 2. Higher education refers to a relational field of power, composed by |
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competitive and cooperative networks and relationships, in which the economic rationale has not |
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entered without fissures, contradictions or resistances. By questioning under what circumstances |
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“another internationalization of higher education” is possible, we take postcolonial and decolonial |
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studies as references, as well as historical antecedents of our locus of enunciation, the Latin |
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America, to propose sixteen analytical categories that allow us to think of a perspective of |
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internationalization based on distinct rationalities from the one oriented to meet the demands of |
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the capitalist world market. The university extension in the broad sense, associated with the idea of |
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autonomy conditioned to the society and with the contextualization of university activities, is |
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central to this construction; at the same time it concerns a typical Latin American phenomenon, |
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legacy of the Córdoba Movement, with indications of |
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possibly the most neglected aspect of the hegemonic internationalization. |
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Keywords: Internationalization; Higher Education; Hegemony. |
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INTRODUÇÃO
Em tempos de reconfiguração do papel exercido pela Educação Superior no mundo, os esforços direcionados à internacionalização
No campo científico, o fenômeno da internacionalização da Educação Superior é frequentemente tratado “com fortes pressões políticas” (Kehm e Teichler, 2007, p. 262, tradução nossa), um viés que enaltece suas virtudes e induz diversos pesquisadores a decretar sua inevitabilidade (Lima e Contel, 2011; Stein, 2017). Em contrapartida, na prática, muitos dos benefícios a ele atribuídos– como o aprimoramento da qualidade do ensino e da pesquisa e a formação de “cidadãos globais” dotados de “competências multiculturais” (Rizvi, 2007; Lima e Maranhão, 2011; Jooste e Heleta, 2016) – parecem não ultrapassar a retórica.
Ao trabalharem com categorias e conceitos “abstratos”, tais abordagens acabam por neutralizar e naturalizar um “fenômeno social que envolve atores, motivações e interesses distintos” (Lima e Contel, 2011, p. 13); um fenômeno sustentado na lógica da hierarquização, que legitima determinados países, universidades e indivíduos como naturalmente superiores em relação a outros.
Para Dolby e Rahman (2008, p. 688, tradução nossa), “uma das fraquezas de parte desse 108 subconjunto da literatura é sua postura acrítica tanto em relação às suas próprias práticas quanto às estruturas nas quais opera”. Maringe, Foskett e Woodfield (2013, p. 10, tradução nossa) complementam que “assim como na maior parte das transformações educacionais, a internacionalização tem sido amplamente
p. 1, tradução nossa), por fim, evidenciam que a internacionalização “é frequentemente apresentada como uma intervenção política ideologicamente neutra, coerente, impessoal e baseada no conhecimento – um bem incondicional”.
Uma vertente mais crítica da literatura incide luz sob o caráter circunstancial desse fenômeno e aponta para como as tendências globais na Educação Superior são “digeridas” diferentemente, a depender da constelação de interesses e das oportunidades estruturais que se manifestam em cada contexto. No geral, tais estudos fazem referência ao instrumentalismo econômico que prevalece no campo e cria condições para a implementação de regimes acadêmicos capitalistas, em consonância ao neoliberalismo que permeia o discurso socioeconômico da globalização (Sousa Santos, 2011; Whitsed e Green, 2014; Dobbins, 2015; Stein, 2017). Os estudos apontam, assim, para dilemas e contradições decorrentes da racionalidade dominante em curso, dentre os quais
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internacionalização do currículo e da imposição do “Inglês global”; as narrativas ocultas dos acadêmicos migrantes; a ameaça à concepção de Educação Superior como bem público e social.
Não significa que as abordagens mais problematizadoras em relação ao fenômeno sejam homogêneas; elas variam significativamente quanto ao lócus de enunciação, às epistemologias e teorias abarcadas e aos meios considerados apropriados para subverter os dilemas evidenciados. Aqui, partimos do pressuposto de que “qualquer esforço crítico para dar sentido à internacionalização da Educação Superior hoje é enriquecido ao situar o momento atual dentro de uma história colonial mais longa” (Stein, 2017, p. 6, tradução nossa) e, nesse sentido, nos fundamentamos nos estudos
Reconhecemos, também, que a Educação Superior se refere a um campo relacional de poder, constituído de redes e relacionamentos tanto competitivos quando cooperativos (Marginson e Ordorika, 2011), com fissuras, contradições e questionamentos à ordem hegemônica (Leite e Genro, 2012). Assim, embora o processo de internacionalização
Diante da relevância de rastreamento de iniciativas de internacionalização com indícios de
lócus de enunciação, a América Latina. Organizamos o texto na seguinte lógica: após esta introdução, exploramos os dilemas, as contradições e a colonialidade imbricadas ao contexto da internacionalização da Educação Superior. Na sequência, apresentamos as ideias de internacionalização hegemônica e
DILEMAS E CONTRADIÇÕES DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
A despeito da reduzida quantidade de estudos voltados a problematizar a internacionalização da Educação Superior e a aprofundar seus aspectos indesejáveis (Lima e Contel, 2011; Morley et al., 2018), a quantidade de autores com lentes teóricas mais interpretativas e críticas tem se expandido. Stein (2017, p. 4, tradução nossa) discorre sobre uma emergente área de estudos críticos em internacionalização (critical internationalization studies), que “problematiza e complica a natureza esmagadoramente positiva e muitas vezes despolitizada das abordagens convencionais” sobre o tema. As pesquisas descritas no Quadro 1, desenvolvidas por autores
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Quadro 1: |
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Pesquisas |
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∙ Guadilla (2005), com o conceito de internacionalización lucrativa, faz uma análise das tendências comerciais |
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da Educação Superior na região diante da propagação de fornecedores de serviços transfronteiriços. A |
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autora aponta para as consequências negativas do capitalismo acadêmico, reivindicando a importância da |
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internacionalização cooperativa; |
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∙ Morosini (2006, p. 107), ao apresentar o estado da arte sobre o tema, conclui que “a internacionalização |
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da Educação Superior frente à expansão quase que desordenada do sistema e à complexidade instituída, |
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necessita, urgentemente, de estudos e políticas públicas que freiem a perspectiva mercadológica e |
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contribuam para a qualidade acadêmica social”; |
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∙ Lima e Contel (2011), com base nos conceitos de internacionalização ativa, internacionalização passiva e |
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geopolítica do conhecimento, e por meio de uma análise comparativa entre os processos de |
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internacionalização de diferentes países, denunciam a diferença de impacto que esse processo é capaz de |
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exercer entre os países do centro do |
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∙ Lima e Maranhão (2011, p. 575), por meio de uma leitura crítica de relatórios e artigos que defendem a |
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internacionalização em curso, contestam as políticas de internacionalização curricular, que, no lugar de |
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promoverem a diversidade cultural na academia, defendem uma forma particular de cultura, a qual “busca |
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sua legitimação através da padronização dos curricula, dos programas em curso, dos idiomas e das |
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experiências culturais”; |
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∙ Gomes, Robertson e Dale (2012) relacionam a atual condição social da Educação Superior na América |
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Latina à preponderância do viés globalizado nas políticas educacionais da região. Os autores concluem que a |
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maior transformação evidenciada nesse setor foi sua subordinação aos poderes políticos e à economia |
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global. Assim, o Mercosul, os governos nacionais, a mercantilização geral do setor, a governança |
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regional/global incorporada à área educacional da União Europeia e o Processo de Bologna, bem como os |
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global players da Educação Superior, são funcionais ao atual estágio do capitalismo global. |
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∙Leite e Genro (2012, p. 763) discutem os temas de avaliação, acreditação e internacionalização das universidades da América Latina e do Caribe a partir dos conceitos de hegemonia, imperialismo e globalização neoliberal, apontando para evidências de um “imperialismo benevolente” de origem europeia com consequências adversas para o futuro da Educação Superior
∙Vieira e Lima (2015) analisam a gênese e a expansão internacional dos rankings universitários e concluem que a predominância do valor estratégico dessas ferramentas, entrelaçado ao reducionismo da análise ao contexto da investigação científica e da publicação, revelam o engendramento de uma elite global, de origem principalmente
∙Oregioni (2017, p. 1117, tradução nossa) aborda a internacionalização da Educação Superior de uma perspectiva histórica e situada, tendo como referência a diversidade e os particulares do contexto latino- americano. A autora apresenta os elementos conceituais “internacionalização hegemônica” e “internacionalização
Fonte: Adaptado de Leal e Moraes (no prelo).
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Tais exemplos demonstram que, de maneira geral, os estudos críticos à internacionalização da Educação Superior fazem referência ao instrumentalismo econômico que atualmente prevalece no campo e que cria condições para a implementação de regimes acadêmicos capitalistas, em consonância ao neoliberalismo que permeia o discurso socioeconômico da globalização e que se articula na governança universitária global. Em resumo, eles expõem a “explícita coincidência entre capacidade de captação de estudantes, pujança acadêmica, poder político e econômico” (Lima e Maranhão, 2009, p. 606), além do modo com que tais dinâmicas “reforçam assimetrias de poder antigas e novas entre indivíduos, grupos sociais e nações dentro e entre o
A governança universitária global pode ser atribuída às pressões e aos impactos das políticas de organizações supranacionais – como o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Comissão Europeia – nos diferentes sistemas educacionais do mundo, que induzem as respectivas instituições universitárias a
Nesse aspecto, autores como Leite e Genro (2012) e Dobbins (2015) demonstram que a 111 União Europeia
tais como a diversificação de recursos, o estabelecimento de vínculos entre instituições universitárias e empresas privadas e a “autonomia universitária”. Shahjahan (2016), por sua vez, demonstra que o Banco Mundial e a OCDE, como atores situados e com interesses específicos, inadvertidamente reproduzem geopolíticas do conhecimento coloniais por meio das suas atividades epistêmicas, da limitação da tomada de decisão local e da promulgação de soluções “de tamanho único” baseadas no conhecimento ocidental e no neoliberalismo.
A lógica do capitalismo acadêmico pode ser definida como a transformação do status do conhecimento e da Educação Superior, que passam a estar mais fortemente inseridos em um contexto de múltiplas formas de competição. Submetidos a essas regras, pesquisadores competem por reputação, enquanto universidades competem por acumulação de capital (Kim, 2017; Schulze- Cleven e Olson, 2017; Jessop, 2017). Nos termos de
O conceito de capitalismo acadêmico busca capturar como as autoridades públicas têm deixado de agir diretamente na Educação Superior para incentivar ações específicas por meio de critérios de desempenho. Também se aplica a como os formuladores de políticas têm
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usado esses critérios para induzir as instituições de Educação Superior a um engajamento mais próximo dos processos de criação de valor da economia privada. (p. 3, tradução nossa)
Jessop, 2017).
Portanto, a valorização da Educação Superior não emerge nessa conjuntura como bem público, mas como bem econômico, um instrumento a ser utilizado como motor de desenvolvimento econômico e um serviço negociável que visa a aumentar a renda nacional (Robertson e Komljenovic, 2016). Como consequência, o setor se apresenta como mercado mundial atrativo, “passível de ser intensivamente explorado com o aval dos
Nessa perspectiva, a própria instrumentalidade atribuída ao conceito de internacionalização
da Educação Superior (“como meio para alcançar um fim”)
nas nações ricas ocidentais, a Educação Superior está cada vez mais associada à mercantilização e à comercialização, com uma tendência igualmente crescente de uso de marketing agressivo, privatização e preponderância de contribuição financeira mais direta dos estudantes na sua experiência de Educação Superior. (p. 33, tradução nossa)
Um indicativo claro do viés enfatizado por Margine, Foskett e Woodfield (2013) é a redução, desde os anos 1990, do financiamento público para a Educação Superior em diversos países e as consequentes privatizações universitárias, fenômeno agravado pela inclusão do setor educativo como serviço no Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS), que viabilizou um quadro (des)regulatório para encorajar o comércio internacional da indústria da educação e de serviços relacionados (Altbach e Knight, 2007;Lima e Contel, 2009; Sousa Santos, 2011; Oregioni, 2015; Shahjahan, 2016). Nos termos de Sousa Santos (2011, p. 33), “desde 2000, a transnacionalização neoliberal da universidade ocorre sob a égide da OMC no âmbito do GATS. A educação é um dos doze serviços abrangidos por este acordo e o objetivo deste é promover a liberalização do comércio de serviços através da eliminação, progressiva e sistemática, das barreiras comerciais”.
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Sousa Santos (2011) também situa a redução do financiamento público para a Educação Superior em um contexto histórico mais amplo, que, sob a égide do modelo de desenvolvimento econômico conhecido como “neoliberalismo” ou “globalização neoliberal”, internacionalmente imposto a partir dos anos 1980, induziu à perda geral de prioridade das políticas sociais, sob o argumento da irreformabilidade. Segundo o autor, no contexto da universidade pública isso significou que suas debilidades institucionais, no lugar de servirem de justificação para uma vasta reforma
Dado esse cenário, argumentamos que o fenômeno da internacionalização não pode ser apropriadamente compreendido sem uma exploração desse contexto
O relatório Education at Glance 2017 da OCDE, por exemplo, demonstra que os maiores receptores de estudantes internacionais nos níveis de mestrado e doutorado são os Estados Unidos, o Reino Unido, a Austrália, a França e a Alemanha e que, em 2015, 3,3 milhões de estudantes estiveram matriculados nos países da OCDE, sendo que a União Europeia recebeu mais da metade deles (OECD, 2017). A classificação do Times Higher Education World University Ranking
(THE) referente aos anos
aos pesquisadores mais citados do mundo em 2017 na base Web of Science, por sua vez, demonstra que eles provêm sobre tudo dos Estados Unidos, com 1644 pesquisadores, enquanto que os números relativos à América Latina são: um pesquisador da Argentina, um do Brasil, um do Chile, um da Colômbia e um do Panamá. No caso do continente africano, somente a África do Sul aparece no mapa, com sete pesquisadores (Clarivate, 2017).
Assim, à medida que a Educação Superior adentra um contexto de competitividade global e a internacionalização cooperativa se afasta das agendas dos países que a protagonizam (Lima e Contel, 2011; Jooste e Heleta, 2016; Robertson e Komljenovic, 2016), o
Se interpretarmos o processo de internacionalização da Educação Superior como agente da globalização, “fenômeno de interesse do capital” e “parte dos processos globais de comercialização da educação” (Sampaio e Saes, 2014, p. 71, tradução nossa), situando ambos os fenômenos como a culminação de uma trajetória de longo prazo do
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A IMERSÃO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NA MATRIZ CULTURAL DO PODER COLONIAL
Segundo a perspectiva epistemológica adotada neste ensaio, a racionalidade específica da globalização dificilmente poderia ser compreendida sem uma familiarização com o padrão de poder estabelecido na América durante o período colonial. Por um lado, esse padrão
O caráter das relações de exploração e de dominação transcendeu o período das conquistas, dos assentamentos e do controle administrativo sistemático europeu em suas colônias (Nayar, 2015); a descolonização não desfez a colonialidade: em grande medida, as divisões coloniais continuam a existir e governam as relações políticas, econômicas e sociais, assim como os modos
de existência, “em particular por meio da naturalização da expansão perpetuada do capitalismo e da 114 reinscrição de uma hierarquia radical da humanidade que racionaliza a expropriação e a exploração
de recursos, de trabalho e de terra dos povos não
A consolidação da perspectiva eurocêntrica representou, assim, a articulação de histórias culturais diversas e heterogêneas em torno de uma única ordem cultural global: do mesmo modo que “extirpou a raiz da diversidade” (Césaire, 1978, p. 67), negando a simultaneidade epistêmica e a coexistência de diferentes tempos e espaços, concebeu a modernidade e a racionalidade como produtos exclusivamente europeus (Quijano, 2005), conduzindo ao desaparecimento das histórias do povo colonizado e à condenação de suas crenças e práticas como primitivas. Segundo essa racionalidade, o nativo precisa ser aperfeiçoado (Nayar, 2015); é menos racional (racismo epistêmico) e humanamente inferior (racismo ontológico) (Mignolo, 2017).
Em consonância com o projeto de colonização, a constituição da Educação Superior no Sul- Global foi historicamente moldada por um
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especializados para liderar seus países de origem no caminho da modernização (Oregioni, 2015; Robertson e Komljenovic, 2016; Stein, 2017).
Nos anos 1990, a submissão dos países do Sul às políticas neoliberais e de ajustamento estrutural, sua consequente dependência aos fundos do Banco Mundial e as condicionalidades impostas à expansão de setores nacionais como a educação fizeram com que a relação entre os Estados e as universidades se tornasse particularmente problemática à sobrevivência destas (Robertson e Komljenovic, 2016). Esse quadro induziu à consolidação de um ciclo de crises, cuja tentativa de contorno se deu por meio de ações como a inserção do setor privado como provedor de serviços educacionais; o estabelecimento de novas fontes de financiamento por meio de empréstimos e outros arranjos fiscais; o comércio transfronteiriço de serviços educacionais; o financiamento de estudos no exterior e criação de capacidades por meio de parcerias com universidades do Norte (Leite e Genro, 2012; Robertson e Komljenovic, 2016).
Em tempos de internacionalização da Educação Superior,
mesmo no âmbito acadêmico, as relações
cultural/científico; por isto, a literatura reconhece algumas manifestações do processo de 115 internacionalização da educação como expressões de uma espécie de colonialismo moderno. (p.
7)
Na ausência de uma (auto)consciência coletiva que situe os países do Sul como próprios centros de referências (Ramos, 1996),
Prevalece, nesse domínio, um movimento subjetivo e um imaginário social que fazem da Educação Superior ocidental um produto desejável no mercado global em evidência e moldam a recepção de estudantes internacionais (Stein e Andreotti, 2016).
Esse quadro de desigualdades remete ao desequilíbrio histórico das relações coloniais e leva ao entendimento de que o fenômeno da internacionalização da Educação Superior está imerso na matriz cultural do poder colonial.
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étnicas/nacionais se cruzam com as novas estratificações acadêmicas (Kim, 2017), ainda que elas se manifestem de forma sutil, a exemplo dos padrões de “boa qualidade” e de “excelência” que se tornam uma necessidade para sistemas de Educação Superior, universidades e acadêmicos de todo o mundo.
HEGEMONIA E
O debate em torno da hegemonia em organizações sociais
Na perspectiva decolonial, hegemonia diz respeito à dominação de determinado grupo étnico, nação, classe, raça ou cultura sob outra; do domínio de
hegemonia não se refere exclusivamente à conquista militar ou à dominação por força; trabalha 116 mais insidiosamente: a cultura dominante constrói mitos, sistemas de crenças e práticas por meio
das quais a cultura do sujeito se apresenta como inferior e vulnerável. Por meio de um processo de assimilação, o colonizado passa a acreditar nessas representações. Com isso, aceita sua inferioridade e ignorância; crê que o europeu tem superioridade moral, ética e cultural para governar.
No âmbito da Educação Superior, argumentamos que, em nível global, o processo de internacionalização tem sido hegemonicamente guiado pela lógica do capitalismo acadêmico, uma concepção de pretensão universalista que se acomoda aos preceitos da governança internacional neoliberal. Portanto, denominamos a primeira perspectiva a que fazemos referência de “hegemônica” (Oregioni, 2015, 2015a; 2017; Gutiérrez, 2015; Abba; Corsetti, 2016; Perrotta, 2017) ou “eurocentrada”.
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de progresso e principal forma de razão (Sousa Santos, 1988). Nesse sentido,
Ao adotarmos a decolonialidade como base epistemológica, entendemos que essa perspectiva de internacionalização
que as relações entre os públicos relevantes sejam relações mercantis; que a eficiência, a qualidade e a responsabilização educacional sejam definidas em termos de mercado; que se generalize, nas relações
Como consequência, existe uma pressão para que o paradigma institucional e político- pedagógico da universidade pública seja substituído pelo empresarial, no qual as instituições
universitárias privadas são favorecidas por
Se considerarmos a Educação Superior como um campo relacional de poder ‒ terreno de disputa constituído de redes e relacionamentos tanto competitivos quanto cooperativos (Marginson e Ordorika, 2011), com fissuras, contradições e questionamentos à ordem hegemônica (Leite e Genro, 2012) ‒ podemos fazer referência a um paradigma de internacionalização alternativo, de natureza
Cabe ressaltar que atividades de internacionalização são consideradas
O segundo protagonista da resposta aos desafios é o Estado nacional sempre e quando ele optar politicamente pela globalização solidária na universidade. Sem esta opção, o Estado nacional acaba por adotar, mais ou menos incondicionalmente, ou por cedes, mais ou menos relutantemente, às pressões da globalização neoliberal e, em qualquer caso,
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O viés da “internacionalização
Igualmente, compreende a educação como direito e bem público;
A partir de uma interpretação crítica e reflexiva da literatura sobre internacionalização da Educação Superior e com referência aos estudos
O principal antecedente histórico referente ao nosso conceito de “internacionalização 118
das atividades universitárias – “no sentido de que elas dialoguem com a sociedade, definindo em conjunto o que é melhor para ambas as partes” (Rubião, 2013, p. 235) – é central a essa construção: ao mesmo tempo em que diz respeito a um “fenômeno tipicamente
1Esse modelo é fortemente inspirado na obra de Boaventura de Sousa Santos, particularmente em sua concepção de
“emancipação social”, na qual a universidade desempenha papel relevante. Rubião (2013) busca na história da universidade a genealogia para um modelo participativo, uma democratização radical da instituição universitária, e o constrói a partir de um diálogo com os modelos históricos de Humboldt, Newman, Multiversity e, sobretudo, Córdoba.
2A ideia de “epistemologias do Sul” emerge da constatação de que os sistemas econômicos e políticos, assim como as culturas e os saberes de raiz eurocêntrica, se sobrepõem às perspectivas originalmente oriundas dos espaços colonizados,
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e Meneses, 2010) e de “redução sociológica”3 (Ramos, 1996), bem como os estudos que abordaram a internacionalização da Educação Superior na América Latina de uma perspectiva contextualizada (por exemplo, Oregioni, 2015; 2015a; 2017; Gutiérrez, 2015; Abba; Corsetti, 2016; Perrotta, 2017) também são particularmente importantes à vertente
Quadro 2:
Critérios para uma análise crítica e reflexiva da hegemonia e da
Categoria |
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Dimensões de análise |
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Internacionalização hegemônica |
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Internacionalização |
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e |
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∙ Colonialismo. |
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∙ Conferência de Bandung |
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históricosAntecedentes |
fundamentos |
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∙ Ciência moderna. |
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∙ Teorias |
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∙ Consenso de Washington. |
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∙ Arranjos regionais e subregionais de |
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∙ Globalização. |
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integração dos anos 1960. |
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∙ Capitalismo de livre |
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∙ Movimento de Córdoba. |
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mercado/Neoliberalismo. |
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∙ Ideais da cooperação |
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∙ Modelo gerencial New Public Management |
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∙ Projeto Modernidade/Colonialidade. |
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de |
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∙ Educação Superior como um |
|
∙ Educação Superior como um bem público, |
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empreendimento econômico/comercial e |
|
responsabilidade social, agente de |
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119 |
|
e |
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|
|
privado; um serviço a ser comercializado, |
|
transformação social, direito para o exercício |
|
|
superioreducaçãode |
universidade |
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|
que se integra à OMC e é regrado pelo |
|
da cidadania e dever do Estado. |
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|
GATS, com suporte de organismos |
|
∙ Meio para enfrentar as conotações |
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|
internacionais como o Banco Mundial e a |
|
negativas do mundo globalizado; local para |
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|
OCDE e aderência por parte dos blocos |
|
gerar conhecimento relevante à sociedade e |
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|
regionais e governos nacionais. |
|
conversações reflexivas e críticas sobre |
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|
Concepção |
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|
∙ Promoção de um modelo de universidade |
|
futuros alternativos, no complexo balanço |
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|
global/emergente (“world class university”). |
|
entre as necessidades locais, nacionais, |
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∙ Universidade concebida como |
|
regionais e internacionais. |
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organização. |
|
∙ Promoção de um modelo de universidade |
|
|
se no pressuposto de que as experiências sociais somente se tornam intencionais e inteligíveis por meio do conhecimento válido, que é “sempre contextual, tanto em termos de diferença cultural como em termos de diferença política” (Sousa Santos & Meneses, 2010, p. 16).Assim, visa ao reconhecimento da pluralidade epistemológica do mundo, que se apresenta como fonte de enriquecimento significativo das capacidades humanas no que se refere à inteligibilidade e intencionalidade das experiências sociais, emperspectiva contrária à supressão das contextualidades. Nas palavras de Sousa Santos e Meneses (2010, p. 19), “as epistemologias do Sul são o conjunto de intervenções epistemológicas que denunciam essa supressão, valorizam os saberes que resistiram com êxito e investigam as condições de um diálogo horizontal entre conhecimentos”.
3A “redução sociológica” emerge de uma preocupação com a produção de conhecimento comprometido e engajado, dotado de valor pragmático, em contraposição a um saber alienado e ideológico, que trata os fatos sociais como estáveis e isolados no tempo e no espaço. A redução sociológica é perspectivista;
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INTEGRACIÓN Y CONOCIMIENTO |
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ISSN 2347 - 0658 |
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Vol. 2 Año 2018 |
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integral, com um compromisso social |
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|
inerente, em articulação com atores |
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|
universitários e pluriversitários (“universidade |
|
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participativa”). |
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∙ Universidade concebida como instituição |
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|
social. |
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∙ Superioridade epistêmica / ”Império |
|
|
∙ Reconhecimento da complexidade e da |
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|
cognitivo” da perspectiva eurocêntrica de |
|
|
pluralidade epistemológica do mundo; |
|
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|
conhecimento (pressupostos da Ciência |
|
|
entendimento de que a ciência moderna não |
|
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|
Moderna/Positivismo): dicotomia |
|
|
é a única explicação possível da realidade; |
|
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|
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|
|
cartesiana binária e dualista, com |
|
|
valorização dos saberes que resistiram à |
|
|
|
|
|
|
conhecimento |
|
|
diferenciação hierárquica radical entre a |
|
|
colonização ocidental; antipositivismo; |
|
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|
superioridade da humanidade e a |
|
|
reflexividade; transformação radical da |
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inferioridade da natureza. |
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distinção sujeito/objeto. |
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∙ Conhecimento objetivo, factual e |
|
|
∙ Concepção de conhecimento total/local |
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de |
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|
rigoroso, que não tolera a interferência de |
|
|
(fragmentação temática, não disciplinar). |
|
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|
|
|
valores (“rigor científico” e observação |
|
|
∙ Diálogo horizontal com diferentes formas |
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|
Concepção |
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|
“livre e descomprometida”) e que avança |
|
|
de conhecimento (“ecologias de saberes”). |
|
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|
|
pela especialização (fragmentação |
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|
disciplinar/simplificação arbitrária da |
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|
realidade). |
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|
|
|
∙ Negação do caráter racional de todas as |
|
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|
|
|
formas de conhecimento que não se |
|
|
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|
pautam pelos seus próprios princípios |
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epistemológicos e regras metodológicas. |
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∙ Valores, lógicas e instrumentos |
|
∙ Democratização/acesso, relevância social e |
|
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|
|
|
|
transplantados do mundo dos negócios |
|
equidade, engajamento/inclusão social. |
|
|
|
||
|
|
|
|
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|||||||
|
da |
|
|
para o mundo acadêmico: eficiência, |
|
∙ Autonomia universitária condicionada à |
|
|
|
|||
|
|
|
individualidade, independência, |
|
sociedade (paradigma de emancipação social): |
|
|
|
||||
|
delineadoresvaloresePrincípios |
universitáriainstituição |
|
|
|
|
|
|||||
|
|
possessividade, rivalidade, parcimônica, |
|
liberdade acadêmica (condição sine qua non |
|
|
|
|||||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
||||
|
|
|
|
|
risco, lucratividade, empreendedorismo, |
|
para a produção de conhecimento e de |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
consumismo, tomada de decisão |
|
inovação) em equilíbrio com |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
descentralizada, empréstimos e dívidas |
|
responsabilidade social (comprometimento |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
estudantis. |
|
com um projeto de desenvolvimento social |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
∙ Autonomia universitária condicionada à |
|
integral e responsável). |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
lógica do mercado, submetida a interesses |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
econômicos e comerciais. |
|
|
|
|
|
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|
∙ Massificação usada como argumento de |
|
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|
que o financiamento público da educação |
|
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|
|
|
|
superior é inviável. |
|
|
|
|
|
|
|
|
na |
|
|
∙ Acomodada aos preceitos da governança |
|
∙ Contrária às tendências de mercantilização |
|
|
|
|||
|
|
|
internacional neoliberal. |
|
da Educação Superior. |
|
|
|
||||
|
predominantesRatuinales |
internacionalização |
|
|
|
|
|
|||||
|
|
∙ Rationales econômicas/instrumentais: |
|
∙ Rationales acadêmicas e socioculturais: |
|
|
|
|||||
|
|
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|
|
|
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|
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||||
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|
|
|
|
internacionalização orientada a atender às |
|
internacionalização orientada a promover |
|
|
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|
|
|
|
demandas do mercado capitalista mundial; |
|
diálogos e trocas de experiências no ensino, |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
meio para a proliferação de novos |
|
na pesquisa e na extensão, fortalecer as |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
“investidores”, “provedores” e |
|
instituições universitárias, superar |
|
|
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||
|
|
|
|
|
“consumidores”; forma para diversificar |
|
desigualdades sociais, promover diversidade |
|
|
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|
|
recursos e gerar renda; meio para alcançar |
|
cultural e integrar povos. |
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prestigio e reconhecimento de “excelência”. |
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INTEGRACIÓN Y CONOCIMIENTO |
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ISSN 2347 - 0658 |
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Vol. 2 Año 2018 |
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gestãodeÁmbitoda |
internacionalização |
|
|
∙ Conformação material e ideológica aos |
|
|
∙ Universidade, em interação com a |
|
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|
|
|
poderes e às políticas supranacionais por |
|
|
sociedade e mediante redes cooperativas de |
|
|
|
|
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|
|
|
|
|
|
meio de uma agenda global “de tamanho |
|
|
produção e de difusão do conhecimento, |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
único” para a gestão da internacionalização. |
|
|
como âmbito/espaço apropriado para a |
|
|
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|
|
gestão estratégica e integral de seu processo |
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de internacionalização. |
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∙ Exógenos, de natureza quantitativa e |
|
∙ Endógenos, de natureza qualitative e |
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|
|
centrados na produtividade da pesquisa |
|
centrados nas funções/propósitos sociais |
|
|
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|
de |
|
|
|
(publicações e citações). |
|
específicos das diferentes instituições |
|
|
|
|||
|
Dimensõese indicadores |
internacionalização |
|
∙ Desconsideração das missões, das |
|
universitárias. |
|
|
|
||||
|
|
pelos diferentes sujeitos inseridos nas |
|
∙ Consideração dos três pilares da Educação |
|
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|
|
|
funções e das especificidades das diferentes |
|
|
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|
instituições universitárias. |
|
Superior (ensino, pesquisa, extensão). |
|
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|
∙ Exclusão da diversidade local e cultural e |
|
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supressão das histórias, das |
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|
|
contextualidades e do cotidiano vivido |
|
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|
instituições universitárias, nas organizações |
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|
e nos movimentos sociais. |
|
|
|
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|
e |
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∙ Exógena/ “passiva”. |
|
|
∙ Endógena/ ”ativa”. |
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∙ Perspectiva |
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|
∙ Perspectiva |
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programasdospolíticas,dasOrientação |
internacionalizaçãodeestratégiasdas |
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|
|
|
|
|
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|||
|
|
|
|
|
|
de diretrizes de outras políticas e programas |
|
|
coletiva, com a participação da comunidade |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
e de modelos de internacionalização |
|
|
universitária e da sociedade civil, em |
|
|
|
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|
|
|
|
|
|
prontos, frequentemente desalinhados às |
|
|
constante diálogo e intercâmbio. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
realidades contextuais; sobreposição do |
|
|
∙ Internacionalização contemplada de uma |
|
|
121 |
|
|
|
|
|
|
|
“global” em detrimento do “local”. |
|
|
perspectiva contextual, localizada no tempo e |
|
|
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no lugar em que se manifesta, com a |
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|
preservação das particularidades de cada |
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cultura e integrada e ajustada às demandas |
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sociais; |
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|
∙ Práticas inovativas de internacionalização, |
|
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|
concebidas “no Sul para o Sul”. |
|
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∙ Competitiva/lucrativa: imperialismo |
|
∙ Cooperativa: solidariedade entre as nações, |
|
|
|
||
|
acadêmicase |
|
|
|
benevolente e sutil, uso de soft power e do |
|
respeito à soberania; horizontalidade; |
|
|
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|||
|
|
|
|
imaginário social global dominante; práticas de |
|
complementaridade e partilha de |
|
|
|
||||
|
|
|
|
racismo epistêmico e ontológico. |
|
conhecimentos; reciprocidade e benefícios |
|
|
|
||||
|
|
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|
|
|
|
|
|
|
||||
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|
∙ Priorização das relações com o Norte- |
|
mútuos; diversificação de relações; diálogo; |
|
|
|
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|
institucionais |
|
|
|
Global. |
|
valorização das experiências, identidades e |
|
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|||
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|
∙ Relações hierárquicas e assimétricas; não |
|
realidades locais; relações éticas. |
|
|
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||||
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|
|
busca reduzir assimetrias; assistencialismo; |
|
∙ Priorização das relações com o |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
imposição de condicionalidades. |
|
∙ Práticas com condições certas de |
|
|
|
||
|
internacionais |
|
|
|
∙ Marketing agressivo no recrutamento de |
|
viabilidade e pensadas a partir das diferentes |
|
|
|
|||
|
|
|
|
estudantes para geração de receita; |
|
realidades existentes; busca reduzir |
|
|
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||||
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|
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|
|
|
||||
|
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|
|
|
|
mobilidade acadêmica enfatizada como |
|
assimetrias. |
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|
|
|
|
necessidade estrutural; comércio de |
|
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|
Relações |
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|
talentos; exploração de estudantes |
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|
estrangeiros por meios financeiros e/ou |
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|
|
oferta de programas de baixa qualidade; |
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|
ênfase em produtos de fácil |
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comercialização. |
|
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ISSN 2347 - 0658 |
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Vol. 2 Año 2018 |
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∙ Extensão universitária em sentido |
|
∙ Extensão universitária em sentido amplo: |
|
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|
|
acomUniversidadedaRelações |
universitáriaSociedade/Extensão |
|
reducionista: filantropia/assistencialismo. |
|
parcerias orientadas para a transformação e a |
|
|
|
|
|
|
|
∙ Extensão universitária orientada para o |
|
justiça social; democratização e |
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|
Mercado: empresas privadas como |
|
empoderamento comunitário. |
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∙ Práticas de extensão articuladas com |
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|
programas pedagógicos, variando de acordo |
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com cada realidade social, com participação |
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|
ativa das comunidades (um processo |
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|
|
|
dialógico, no qual as universidades não |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
somente fornecem conhecimento, mas |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
também compreendem as particularidades |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
locais, em busca coletiva por soluções de |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
longo prazo). |
|
|
|
|
|
|
|
∙ Constituição do |
|
∙ Reconhecimento do |
|
|
|
|
e “Norte |
|
|
“cliente” e “atrativo mercado educacional”, |
|
campo heterogêneo; respeito e promoção da |
|
|
|
|
|
|
que se insere passivamente no contexto da |
|
diversidade e da pluralidade decorrentes da |
|
|
|
|
|
|
|
internacionalização da Educação Superior. |
|
riqueza cultural e social dos povos; |
|
|
|
|
|
Global”de“Sul |
Global” |
|
∙ Concepção naturalizada do |
|
interlocução com a diferença. |
|
|
|
|
|
como fonte de progresso e de felicidade; |
|
∙ Autoconscientização coletiva por meio de |
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
assimilação do sujeito do Sul em condição |
|
um modo de ver histórico, que permita |
|
|
|
|
|
|
|
de inferioridade. |
|
|
|
|
|
|
Concepção |
|
|
|
|
e |
|
|
|
|
|
|
|
|
complexo, que envolve atores, motivações e |
|
|
|
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|
|
|
|
|
|
internacionalização da Educação Superior, |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
interesses distintos. |
|
122 |
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|
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|
|
∙ Supervalorização das políticas de |
|
∙ Valorização da |
|
|
|
|
|
|
|
|
|||||
|
|
|
|
avaliação, de regulações externas e de |
|
consideração das diferentes missões, funções |
|
|
|
|
|
|
|
reputação internacional com valor |
|
e objetivos que permeiam os sistemas |
|
|
|
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estratégico: ranqueamentos, classificações e |
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educacionais e as universidades ao redor do |
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indicadores de performance; “produtivismo |
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mundo. |
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acadêmico” e competição excessiva entre |
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∙ Elaboração de conceitos e categorizações |
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avaliativas |
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pares e universidades. |
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que representem as realidades dos diferentes |
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∙ Uso de conceitos, categorizações e |
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sistemas e universidades em termos de |
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indicadores “neutros” e abstratos, que são |
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missões, funções e objetivos; |
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Políticas |
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adotados como se todos os sistemas e |
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∙ Qualidade entendida de maneira integral, |
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missões, funções e objetivos; |
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extensão e relacionada à capacidade de |
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universidades contemplassem as mesmas |
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sem distinção entre docência, pesquisa e |
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desconsideração do contexto estrutural de |
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contribuir com o desenvolvimento dos |
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desigualdade mais amplo em que as |
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indivíduos e das sociedades. |
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avaliações são feitas. |
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∙ Qualidade avaliada pela produção dos |
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docentes e pesquisadores e índices de |
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citação de seus trabalhos. |
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∙ Convergência acrítica com padrões |
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∙ Manutenção da relação com o entorno |
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curriculares internacionais. |
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local; busca por complementaridade de |
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∙ Homogeneização e padronização cultural |
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propostas. |
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(em sentido ocidental/eurocentrado) por |
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∙ Políticas curriculares dotadas de |
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curriculares |
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meio da internacionalização curricular com |
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interpretatividade e criticidade; valorização |
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∙ Ênfase na “cidadania global”, na |
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conhecimento e de formas de ser, em |
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lógica reprodutivista demandada pelo |
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dos saberes alternativos; ética e |
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sistema de capital. |
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pluriversalidade, pautada na multiplicidade de |
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Políticas |
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“competência intercultural” e na |
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oposição a desenhos globais e totalitários. |
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“experiência cultural” em defesa de uma |
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∙ Posicionamentos críticos frente a |
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forma particular de cultura. |
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ideologias imperialistas, racistas e sextistas; |
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∙ Priorização do ensino a partir da |
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∙ Interdisciplinaridade. |
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concepção de conhecimento da ciência |
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moderna. |
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∙ Disciplinaridade. |
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linguísticas |
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∙ Sustentação do monolinguismo; “Inglês |
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∙ Pluridiversidade lingüística. |
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Políticas |
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Global”. |
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∙ Inclusão de minorias linguísticas ao |
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contexto da internacionalização da Educação |
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Superior. |
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∙ Formação do “cidadão global”: sujeito |
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∙ Formação do “cidadão” reflexivo: sujeito |
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almejada |
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capitalista, articulado e conectado ao |
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político, com valores éticos. |
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mundo globalizado. |
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∙ Educação não limitada à técnica e à |
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∙ Educação profissional (aquisição das |
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profissão, mas focada no seu potencial |
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formação |
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ferramentas intelectuais necessárias para |
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emancipatório. |
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∙ União de interesses individuais |
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de |
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humano) no lugar da formação cidadã. |
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(individualidade) e coletivos (coletividade). |
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∙ Focada no desenvolvimento individual, na |
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Tipo |
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competitividade e na meritocracia; meio |
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para ascensão social. |
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∙ Alinhadas aos “padrões” internacionais e |
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∙ Com importância contextual, alinhadas ao |
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à funcionalidade da pesquisa em termos de |
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ensino e à extensão e além de sua |
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pesquisa |
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capacidade de publicação (cientificismo, |
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funcionalidade. |
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lógica “publish or perish”). |
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∙ Relevantes às sociedades nas quais se |
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∙ Desvalorização de agendas de pesquisa |
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integram (consideração das demandas e |
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de |
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contextualizadas; conformação com |
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especificidades locais). |
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interesses econômicos e políticos. |
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∙ Consideração de bases referenciais |
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Agendas |
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∙ Bases referenciais sustentadas na |
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sustentadas em epistemologias e paradigmas |
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produção acadêmica Europeia e Norte- |
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alternativos ao positivismo da ciência |
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americana; soberania do positivismo que |
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moderna (ciência crítica e reflexiva). |
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caracteriza a ciência moderna (ciência |
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utilitarista). |
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Epistemologia/Paradigma |
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∙ Modernidade/Colonialidade/Eurocentris |
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∙ Decolonialidade. |
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dominante |
mo. |
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∙ “Habita a fronteira” e “pensa na fronteira”; |
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∙ Imersa na matriz cultural do poder |
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é epistemologicamente desobediente; |
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colonial; concebido e desenvolvido com |
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confronta histórias locais com projetos |
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base em um imaginário global dominante. |
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globais. |
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∙ Paradigma econômico. |
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∙ Paradigma emancipatório. |
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Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
A partir do Quadro 2, inferimos que o fenômeno da internacionalização da Educação Superior não pode ser compreendido apropriadamente sem uma articulação com o contexto
Embora o arcabouço proposto se apresente, ao menos nessa primeira construção, de forma dicotômica,
local são relevantes à sua compreensão, tendo em vista os fatores ambientais, organizacionais e 124
se engajam ao processo de internacionalização da Educação Superior devido a uma única rationale, mas por uma combinação de motivações e interesses, hierarquizados em termos de prioridade, que podem se alterar com o tempo e a depender do cenário em que o processo se manifesta (de Wit, 1998). Nesse sentido, classificar um projeto de internacionalização como
Alguns indicativos de contrapontos à internacionalização hegemônica na América Latina, pautadas em cooperação, solidariedade e integração, ao menos em nível de discurso, são explicitados no Quadro 3.
Quadro 3:
Manifestações e projetos
∙Criação de universidades cujas missões
∙Realização de debates, de manifestações e de acordos em nível regional pautados em princípios de internacionalização cooperativa:
Em 2008, a 2ª Conferência Regional de Educação Superior da América Latina e o Caribe (CRES), promovida pelo
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Iesalc/Unesco e outros órgãos nacionais da região |
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relativos à concepção de Educação Superior como bem social, direito humano e responsabilidade dos Estados, assim como |
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ferramenta estratégica de desenvolvimento sustentável e de cooperação interinstitucional e internacional como práticas de |
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integração regional (CRES, 2008). |
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Em 2014, o Fórum |
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Educação Superior na América Latina e no Caribe com foco nas necessidades de atender às demandas de mudança das |
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sociedades da região e de desenvolvimento integral das pessoas”, com base nos seguintes princípios: “a qualidade da Educação |
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Superior associada à pertinência, à equidade e à universalidade; a Educação Superior como bem público social; a |
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indissociabilidade entre aquisição, construção e aplicação de conhecimento e a construção de valores éticos; a autonomia e a |
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inclusão nas instituições de Educação Superior e a integração institucional e social nos contextos nacionais, regionais e |
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internacionais” (Declaração de Foz do Iguaçú: pertinência e equidade na Educação Superior na América Latina e Caribe) |
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(FLAES, 2014, p. 1). |
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Em 2017, a Associação de Linguística e Filologia da América Latina (ALFAL), em Bogotá, Colômbia, assinou a |
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convocatória intitulada “Por uma ciência e Educação Superior pública, gratuita, crítica, científica, humanista e intercultural, |
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baseada em modelos plurilingues de investigação e docência”, destinada “às instâncias políticas, às instituições governamentais |
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de administração e fomento da ciência e da Educação Superior e às direções de universidades e de outros centros de investigação” |
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(ALFAL, 2017, p. 3), na qual expressa sua preocupação com determinados processos de reestruturação das ciências e da |
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Educação Superior na região, que incluem os seguintes fenômenos: “1. A crescente expansão do inglês e o deslocamento de |
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outras línguas, como o espanhol e o português, de áreas estratégicas do campo das ciências e da Educação Superior, e 2. A |
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imposição progressiva de sistemas de avaliação, hierarquização e exclusão pertencentes a um modelo empresarial de gestão |
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universitária, alheio ao funcionamento das ciências e da Educação Superior como universidades – públicas ou privadas – |
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orientadas para a investigação e educação crítica, científica e sem fins lucrativos” (ALFAL, 2017, p. 1). |
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Também em 2017 foram realizados na região diversos eventos preparatórios para a 3ª Conferência Regional de Educação |
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Superior da América Latina e o Caribe (CRES), a ser realizada em Córdoba, Argentina, em 2018, a exemplo dos |
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seguintes: 1. “Los nuevos conocimientos emancipatorios desde el Sur: repensando el centenario de la Reforma de Córdoba y el |
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cincuentenario de mayo del ’68” (Quito, Equador); 2. “Coloquio Regional Balance de La Declaración de Cartagena y |
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Aportes para la CRES 2018” (Buenos Aires, Argentina), nos quais |
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público e social. Na Declaração de Buenos Aires, decorrente desse último evento, |
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UNESCO, com vista ao CRES 2018, para endossar e manter de forma explícita a orientação e a chamada aos países |
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membros por uma ‘Educação Superior como bem público e social, um direito humano e universal e um dever do Estado. Esta é |
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a convicção e a base do papel estratégico que deve desempenhar nos processos de desenvolvimento sustentável dos países da |
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região’” (PRIU, 2017, p. 1); 3. II Seminário Preparatório Rumo à III Conferência Regional de Educação Superior de |
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América Latina e Caribe (Recife, Brasil); 4. Jornadas Hacia el Centenario de la Reforma (Córdoba, Argentina). |
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∙Esforços para a construção do Espacio de Encuentro Latinoamericano y Caribeño de Educación Superior (ENLACES), uma plataforma regional de conhecimento, informação e integração em Educação Superior para a América Latina e o Caribe, a ser conduzido pelas universidades com respaldo dos governos, sendo entendido “como prioridade para o desenvolvimento da Educação Superior para todos, sobretudo assentada em princípios de equidade” (FLAES, 2014, p. 8). Seus objetivos explicitados incluem o fortalecimento dos sistemas de Educação Superior, com excelência acadêmica e pertinência que fomentem a inclusão social e a identidade regional como alternativa direta à cidadania global e que permitam dialogar em condições de igualdade com outras regiões do mundo (FLAES, 2014).
∙Projetos de redes acadêmicas de integração regional como a Asociación de Univesidades Grupo Montevideo (AUGM), constituída de universidades públicas, autônomas e autogovernadas da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Paraguai e do Uruguai e já apontada na literatura como um programa “de internacionalização ativa de caráter
(Sánchez, Muñoz e Benítez, 2015, p. 153, tradução nossa).
∙Projetos e produções
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processo de internacionalização da Educação Superior.
∙Outros projetos relacionados à integração na Educação Superior da América Latina e nos países do Sul, tais como: Programa de
Fonte: Elaborado pelos autores (2018).
Éimportante realçar que a América Latina é uma região na qual as tendências contemporaneamente evidenciadas na Educação Superior têm sido altamente funcionais ao atual estágio do capitalismo global em desenvolvimento4 (Gomes, Robertson e Dale, 2012). Embora nos limitemos a apontar exemplos advindos dessa região, não excluímos a possibilidade de que iniciativas dessa natureza se manifestem a partir de outras periferias e semiperiferias ou mesmo dos centros do sistema mundial. Contudo, nos inspiramos na ideia de “uma outra globalização” expressada por Milton Santos (2013), segundo o qual as mudanças advirão dos países do Sul:
Éprevisível que o sistemismo sobre o qual trabalha a globalização atual
obstáculo e torne difícil a manifestação da vontade de desengajamento. Mas não impedirá |
126 |
que cada país elabore, a partir de características próprias, modelos alternativos, nem tampouco proibirá que associações do tipo horizontal se deem entre países vizinhos igualmente hegemonizados, atribuindo uma nova feição aos blocos regional e ultrapassando a etapa das relações meramente comerciais para alcançar um estágio mais elevado de cooperação. Então, uma globalização construída de baixo para cima, em que a busca de classificação entre potências deixe de ser uma meta, poderá permitir que preocupações de ordem social, cultural e moral possam prevalecer. (p. 154)
Também cabe pontuar que embora iniciativas e discursos oficiais como os exemplificados no Quadro 3 estejam “comprometidos com a inclusão social e a integração regional” (Lima e Maranhão, 2009, p. 607) e pareçam
4Um exemplo recente desse viés é apresentado por Druck, Filgueiras e Moreira (no prelo) em artigo desenvolvido para contrapor o documento do Banco Mundial que propõe reformas de cunho neoliberal na educação superior brasileira. Os autores evidenciam, por exemplo, que: "As aquisições e fusões ocorridas no ensino superior no Brasil, entre 2005 e 2013, movimentaram R$ 11 bilhões, com 27 transações. A primeira onda de fusões e aquisições teve início no país em 2005, tendo como marco a aquisição do controle societário da mantenedora da Universidade
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superam, em suas práticas, a colonialidade que permeia a Educação Superior internacional contemporânea. E também não quais chances têm de
Isso porque o imaginário social que permeia a modernidade – e que organiza a compreensão e a criação de significados coletivos, normalizando descritivamente as coisas como são e
Essa dificuldade de desvinculação do paradigma moderno/colonial é exemplificada em estudos como o de Leite (2010, p. 230, tradução nossa), que aborda a criação das universidades brasileiras de integração do governo de Luís Inácio Lula da Silva de um ponto de vista pós- colonial, uma estratégia de internacionalização amparada em interesses diplomáticos, a qual, segundo seu entendimento, “em vez de enviar cérebros para o
evidenciam que, a despeito da ascensão do
Carvalho Filho, Ipiranga e Faria (2017), em turno, evidenciam que a Universidade Federal de Integração
Outro indicativo de existência de uma “diversidade de lutas de sujeitos coletivos, em diferentes tempos, territórios e espaços” (Leite e Genro, 2012, p. 767) em relação ao fenômeno da internacionalização é que a literatura associa a construção de um espaço comum de Educação Superior na América Latina quer seja como meio para evitar um potencial agravamento de inserção de políticas supranacionais de “caráter neocolonial” que afetam o continente negativamente, a exemplo do European Higher Education Area (EHEA), como o fazem Lamarra e Albarnoz (2014).
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Quer seja como sinal de presença de um novo imperialismo na Educação Superior, que define os padrões da “boa qualidade” para os setores educacionais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da relevância de rastreamento de iniciativas
de interesse. Na sequência, apresentamos as ideias de internacionalização hegemônica e contra- 128 hegemônica e propusemos um arcabouço teórico organizado em torno de dezesseis categorias. Finalmente, exemplificamos alguns projetos
de
Embora o arcabouço tenha se apresentado, ao menos neste primeiro momento, de forma dicotômica,
5Em suas palavras (2013, p. 18), “devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem
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necessitam ser nomeadas para que não continuem a ser compreendidas como naturais ou |
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inevitáveis. |
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REFERÊNCIAS |
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