Peri em Brocéliande: o deserto-floresta n’O Guaraní, de José de Alencar

Autores

  • Marcos Flamínio Peres Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.53971/2718.658x.v10.n15.24821

Palavras-chave:

Romantismo, Chrétien de Troyes, romance, espaço, normatividade

Resumo

Este artigo procura articular a representação da paisagem e sua vinculação com o caráter do herói em O guarani, de José de Alencar, obra capital do Romantismo brasileiro; em outras palavras, busca articular espaço e normatividade como componentes essencias da narrativa.
Desde Gaston Bachelard, o espaço vem se configurando como instância importante para a ficção, mas será a partir das análises de Iuri Lotman e Henri Mitterand que ele deixará de ser acessório para se tornar decisivo para a organização do enredo. Lotman cunha a noção de fronteira, enquanto Mitterand propõe o conceito de ultrapassagem de fronteiras. Uma e outra definições são fundamentais para compreender o processo de constituição do herói no romance de Alencar, posto que Peri será o único personagem a transitar livremente pelos espaços da “casa” e da “floresta”, incorporando valores de um e outro.
Dialogando com as narrativas medievais de Chrétien de Troyes, particularmente “Le chevalier au lion” et “Le conte du Graal”, o herói de O guarani rompe, entretanto, com o código de honra cavaleiresco ao adotar a traição como expediente regular. Será a floresta, como topos central do imaginário medieval (Le Goff), que irá propiciar tal estatura híbrida e ambivalente do herói.

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Biografia do Autor

  • Marcos Flamínio Peres, Universidade de São Paulo
    Professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (Brasil), com ênfase em teoria literária e literatura comparada.

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Publicado

2019-07-04

Como Citar

Peri em Brocéliande: o deserto-floresta n’O Guaraní, de José de Alencar. (2019). Recial, 10(15). https://doi.org/10.53971/2718.658x.v10.n15.24821

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