Conversas cantadas: sobre poéticas e transformações no mundo rural
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v11.n0.16854Palavras-chave:
poesia, emoção, Pernambuco, sociabilidade, etnografiaResumo
Este artigo busca trabalhar as narrativas poéticas na zona da mata de Pernambuco enquanto um elemento de discurso, a partir do qual pretendo refletir sobre as formas como a emoção se revela nas práticas cotidianas e na sociabilidade local. Nesse sentido, vou lidar com emoção como um fenômeno essencialmente social, tendo no discurso o lugar de sua análise. O texto tem como base o material etnográfico produzido em “ambientes” de cantoria-de-parede, a partir da minha relação com poetas e moradores dessa região. Partindo da análise de situações atravessadas por elementos de discursos como poemas, glosas e canções improvisadas, os quais são tomados aqui como elementos analíticos privilegiados devido a sua importância e centralidade na dinâmica social, pretendo avançar na reflexão sobre a percepção local de tempo e, simultaneamente, demonstrar como essa noção está intimamente entrelaçada pela experimentação poética que é peculiar a toda essa região. Para tal, vou tentar relacionar o conceito de versura, e o intervalo que lhe é característico, ao conceito de tempo como oscilação de opostos, igualmente marcado por um hiato. O ponto de interseção dessa correlação que guiará a análise sobre a noção nativa de tempo é justamente a profusão de sentidos que emerge nesse intervalo.Downloads
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