O riso e o risco da prosa: uma comparação entre o bocage francês e o sertão rosiano brasileiro

Autores

  • Ana Carneiro Centro de Formação em Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Sul da Bahia (CFCHS/UFSB).

DOI:

https://doi.org/10.31048/1852.4826.v11.n0.21460

Palavras-chave:

conversa, humor, sertão norte-mineiro, fofoca, corpo

Resumo

A partir da etnografia dos Buracos, povoado de pequenos agricultores no Sertão norte-mineiro, Brasil, lanço foco sobre momentos de “cisma” nos quais determinadas relações pessoais colocam-se em risco devido a conversas truncadas. Este risco é objeto de preocupação constante dos buraqueiros, que em geral se autoproclamam pessoas de “boa prosa” e “consideração”; contrárias às “cismas”. Esta preocupação atenta aos riscos da prosa guarda alguns pontos de comparação com as atitudes de receio e cautela que os agricultores do Bocage francês desenvolvem diante do “sistema de feitiçaria” etnografado por Jeanne Favret-Saada. Tal etnografia serve aqui para, no contraste, explicitar como, nos Buracos, o risco da prosa não é uma ameaça à vida social, mas ao contrário, é-lhe constitutivo, quiçá desejado e buscado através do humor.

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Publicado

2018-10-08

Edição

Seção

Dossier Etnografía del habla

Como Citar

Carneiro, A. (2018). O riso e o risco da prosa: uma comparação entre o bocage francês e o sertão rosiano brasileiro. Revista Del Museo De Antropología, 11, 55-60. https://doi.org/10.31048/1852.4826.v11.n0.21460

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