Por que a religião não é nada especial, mas é central
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v14.n3.34165Palavras-chave:
Religião, Socialidade, Imaginação, EvoluçãoResumo
Neste artigo, é proposto que explicar a religião em termos evolucionários é um empreendimento enganoso, porque a religião é uma parte indissolúvel de um aspecto único da organização social humana. A pesquisa teórica e empírica deve enfocar o que diferencia a sociabilidade humana daquela de outros primatas, isto é, que os membros da sociedade frequentemente agem uns com os outros em termos de papéis e grupos essencializados. Estes têm uma existência fenomenológica que não se baseia no monitoramento empírico cotidiano, mas em estados e comunidades imaginários, como clãs ou nações. A base neurológica dessa categoria de relações sociais, que inclui a religião, dependerá, portanto, do desenvolvimento da imaginação. Sugere-se que tal desenvolvimento da imaginação ocorreu por volta da época da "revolução" do Paleolítico Superior.
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