Números, erros de diagnóstico e consequências
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Resumo
É comum que os médicos cometam o erro de transformar dados, números ou informações num diagnóstico clínico. Assim, confundimos uma figura de glicose com diabetes, ou tensão arterial com hipertensão, ou peso corporal com obesidade. Um procedimento essencial de boas práticas, que é o raciocínio clínico, o papel do médico, é omitido. Há que pensar se esse valor de glicose está em jejum, se a tensão arterial está em repouso ou se o peso corporal é o de um homem atlético de dois metros ou de um paciente com bypass gástrico. Em suma, incorporar os dados, a informação, ao paciente e só depois pensar se é normal ou patológico, se está saudável, doente ou se realiza o seu tratamento eficazmente. Após o processamento da biologia da informação médica, devemos acrescentar a biografia desse ser humano e torná-la mais complexa no seu ambiente emocional e social. Só depois deste processo cognitivo que requer uma escuta aguda com um historial de vida personalizado, podemos abordar o diagnóstico e consequentemente as opções de tratamento.
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