Consumo de peixes marinhos na transição Pampa-Patagônia oriental. Uma abordagem experimental para identificar ácidos graxos em vasos arqueológicos
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Resumo
Neste trabalho são apresentados os primeiros resultados obtidos do desenvolvimento de um programa experimental que tem como objetivo gerar um marco de referência local dos perfis lipídicos dos principais recursos disponíveis no curso inferior do rio Colorado. Neste caso, o propósito foi conhecer a composição de ácidos graxos de recursos ictícolas e avaliar as principais transformações que estes sofrem durante o cozimento. Para isso, foram confeccionadas réplicas de recipientes arqueológicos, foram fervidos peixes marinhos de diferentes espécies (bagre branco, corvina-marisqueira, cação-da-Patagônia, congro e pescada-maria-mole) e foram analisados os ácidos graxos da carne crua e cozida, do líquido de cozimento e dos conteúdos nas paredes dos recipientes. Os resultados obtidos evidenciaram que em todas as amostras foram detectados ácidos graxos. No entanto, se compararmos os identificados na carne crua de cada espécie com os detectados após a fervura, observa-se que o evento de cozimento gerou a perda e/ou degradação de alguns deles, principalmente dos ácidos insaturados. Nos vasos foram preservados os ácidos graxos (e.g., ácido esteárico, palmítico e oleico) que comumente estão presentes na maioria dos recursos alimentícios (e.g., herbívoros, vegetais). Contudo, os ácidos graxos poliinsaturados pertencentes ao grupo C20 detectados nas vasilhas de bagre branco e corvina-marisqueira, o ácido eicosenoico presente na vasilha de bagre e o monoinsaturado do grupo C22 identificado para o congrio poderiam ser considerados ácidos graxos diagnósticos de peixes marinhos.
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