Virilização e doença metabólica em mulheres na pós-menopausa devido à hiperplasia ovariana e hipertecose
DOI:
https://doi.org/10.31053/1853.0605.v78.n2.32136Palavras-chave:
virilismo, diabetes insípido, tecomaResumo
Durante a transição da menopausa, sinais clínicos leves de hiperandrogenismo podem aparecer como parte do processo normal de envelhecimento, mas o desenvolvimento de virilização franca sugere uma fonte específica de excesso de andrógeno, e a presença de tumores secretores de andrógeno em níveis supra-renais e ovarianos deve ser descartada.
Apresentamos o caso de uma mulher em pós-menopausa de 51 anos com sinais de virilização de 12 meses de evolução, associada à história pessoal de diabetes tipo 2 e hipertensão arterial mal gerida no último ano. Os exames laboratoriais mostraram uma elevação evidente dos níveis séricos de andrógenos e hiperinsulinemia associada. As imagens solicitadas revelaram ovários aumentados de tamanho, de aspecto homogêneo e sólido, com glândulas adrenais preservadas, o que levou à suspeita de possível hiperplasia tecal do estroma ovariano. Foi realizada anexectomia laparoscópica bilateral, cuja anatomia patológica confirmou a presunção do diagnóstico. Os níveis de testosterona sérica um mês após a cirurgia voltaram aos valores próximos do normal para uma mulher na pós-menopausa.
O diagnóstico causal de virilização em mulheres na pós-menopausa é desafiador e geralmente está associado à patologias raras. Uma história médica detalhada é essencial para diferenciar o desenvolvimento progressivo da virilização que representa as causas benignas da rápida progressão que caracteriza os tumores malignos. A interpretação correta dos exames laboratoriais com imagens complementares, bem como a busca de um histórico de risco cardiovascular como diabetes e hipertensão associada, são essenciais para o estabelecimento de um diagnóstico e tratamento corretos.
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