v. 5 (2023): (Des)construções do fantasme
O conceito de "fantasme" cunhado por Lacan encontra suas raízes na noção de "fantasia" que tanto Freud quanto Melanie Klein utilizaram. No entanto, Lacan constrói sobre essas bases para desenvolver uma concepção original e disruptiva, que, longe de tratar-se de uma elaboração monolítica e linear, apresenta, pelo contrário, uma abordagem com escansões, nuances e caminhos que irão construindo e (des)construindo sentidos, modos de entender e articular a noção que impactarão tanto a teoria quanto a práxis analítica.
(Des)construir o fantasme nos impulsiona a investigar e explorar um "cenário fascinante" de crucial importância para a psicanálise e para os/as psicanalistas, atravessando suas variações conceituais e clínicas. Neste número, convidamos com entusiasmo a percorrer, montar e desmontar essa cena, entendendo que na psicanálise não se trata da realidade de uma história, mas de uma estrutura de ficção que se põe em ato. Como escreveu Lacan: "Que o sujeito reviva, rememore, no sentido intuitivo da palavra, os acontecimentos formadores de sua existência, não é por si tão importante. O que conta é o que ele reconstrói deles".