Natureza, Afetos Pictóricos e Masculinidade Hegemônica em crise: discussões a partir do filme A Torre (2021), de Sérgio Borges

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55442/tomauno.n12.2024.47087

Palavras-chave:

Teoría de Cineastas, cinema queer, natureza, afeto, masculinidade hegemônica

Resumo

Este artigo propõe uma discussão sobre as tensões que o longa-metragem brasileiro A Torre (2021), dirigido por Sérgio Borges, provoca em concepções hegemônicas de masculinidade, através de afetos que surgem da relação entre os personagens do filme e natureza. O fazer cinematográfico foi a dimensão que usamos para compreender a forma como o filme desestabiliza paradigmas dominantes. Utilizamos como metodologia Teoria de Cineastas (Graça, Baggio e Penafria, 2015), e como fonte uma entrevista concedida por Sérgio Borges ao festival MixBrasil em 2020, ano em que o filme foi exibido na mostra competitiva nacional do evento. Na ocasião, o cineasta mencionou que a obra retrata o questionamento do protagonista André sobre o modo como a sua masculinidade foi construída. O personagem encontra, em meio ao silêncio e ao ritmo menos acelerado de uma floresta, a possibilidade de olhar para si mesmo e, inclusive, para o desejo que sente por outros homens. Da sua relação com as paisagens naturais que percorre, uma aproximação entre cinema e pintura emerge, possibilitando o surgimento de afetos pictóricos, os quais tensionam não apenas noções hegemônicas referentes ao gênero masculino, mas também a destruição da natureza.

 

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Biografia do Autor

  • João Paulo Wandscheer, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutorando em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Participa do ARTIS —Grupo de Pesquisa em Estética e Processos Audiovisual— CNPq. É mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e, atualmente, desenvolve uma pesquisa sobre cinema queer brasileiro e natureza. 

  • Miriam de Souza Rossini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutora (História - UFRGS), Mestre (Cinema - USP). Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e ao Departamento de Comunicação. Coordenadora do ARTIS —Grupo de Pesquisa em Estética e Processos Audiovisual— CNPq. Editora da revista Rebeca. Membro do Conselho Fiscal da SOCINE (2019 a 2023).

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Filmografia

Borges, S. (dir.) (2021). A Torre [longa-metragem]. Brasil: Anavilhana.

Publicado

2024-11-26

Como Citar

Natureza, Afetos Pictóricos e Masculinidade Hegemônica em crise: discussões a partir do filme A Torre (2021), de Sérgio Borges . (2024). TOMA UNO, 12, 105-118. https://doi.org/10.55442/tomauno.n12.2024.47087

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