Do projeto ao compromisso: interculturalidade e agências intergrupais mapuche e políticas públicas em extensão universitária

Resumo

Neste artigo apresentamos reflexões sobre o trabalho que as organizações vêm realizando, Grupos de estudo e comunidades Mapuche e membros da Universidade Nacional do Rio Negro em torno do projeto de extensão "Promoção, sistematização e visibilidade de experiências na transmissão da cultura, memória e linguagem do povo mapuche em Viedma, Patagones e Bariloche como espaços de construção intercultural: Müley iñ mishawael kimün5". O projeto visava principalmente envolver participantes em espaços de aprendizagem mapuzugun, e para tornar visível a importância e complexidade destes processos dentro da Universidade.
A partir dessa experiência, propomos, em primeiro lugar, que a participação implicou não apenas aprendizagem da língua, mas a recuperação e o fortalecimento dos laços como povo.
Isto mostra que a revitalização lingüística não é apenas um processo técnico de aprender uma língua, mas também uma língua social e espiritual para o povo Mapuche. Este fortalecimento de laços foi expressa em circunstâncias cotidianas, mas também excepcionais, particularmente diante da agressão experimentada pela comunidade de Buenuleo, participante do projeto, no contexto da recuperação territorial que eles estão realizando. Esta situação mobilizou aos membros do projeto nas diferentes localidades de onde eles participam e foi um importante acompanhamento do lof.6 Desde essa leitura, o projeto foi solicitado para convocar autoridades universitárias para participar de uma reunião na qual as necessidades de cuidado das crianças na comunidade seriam discutidas. Frente à falta de resposta das autoridades, refletimos sobre os limites deste experiência para desafiar a concepção da prática de extensão como constitutiva da agência universitária, a partir da chamada linha de extensão crítica.