Avanços e desafios em torno das abordagens qualitativo-quantitativas aplicadas aos estudos líticos

Resumo

A longa tradição de estudos de materiais líticos, bem como a sua onipresença no registo arqueológico em nível espacial e temporal, favoreceu a grande diversificação de metodologias aplicadas à sua identificação, registo e descrição. Além disso, essas abordagens variadas variam de análises puramente descritivas e qualitativas a métodos quantitativos amplamente ancorados a diferentes epistemologias arqueológicas. Essa diversificação foi intensificada recentemente devido ao aumento da capacidade dos sistemas de computadores para lidar com o crescimento de bancos de dados e a proliferação de diferentes softwares de análise estatística. Da mesma forma, a difusão de novas abordagens quantitativas, como a morfometria geométrica, para o estudo de formas ou análises espaciais, abre novas possibilidades para o estudo de conjuntos artefatos. Por outro lado, outro aspeto central é a construção ou escolha de unidades de análise como uma etapa anterior à geração de dados. Eles estão intimamente relacionados à questão da pesquisa, que é fundamental na seleção de variáveis ​​e na ordenação da variação observada. Contudo, uma ênfase equivalente não foi dada à reflexão sobre a maneira como esses diferentes aspetos são articulados entre si e de que maneira eles respondem de maneira mais ou menos eficiente aos problemas colocados nos estudos líticos.