Vozes insurgentes: a escrevivência de Carolina e Conceição como um caminho de resistência da mulher afro-brasileira e periférica
Palavras-chave:
escrita, memórias, trauma, resistênciaResumo
Quarto de despejo: diário de uma favelada (2001), de Carolina de Jesus, e Becos da memória (2017), de Conceição Evaristo, são obras literárias que nos convidam a um passeio tanto pela ficção quanto pela própria história pessoal das autoras. Neste artigo, propõe-se, através dessas obras, uma análise comparativa das memórias presentes nas escrevivências das autoras, buscando compreender se elas funcionam como mecanismo de resistência ao silenciamento da mulher afro-brasileira e periférica. Para isso, como fundamentação teórica, farão parte das análises as considerações de Martín Lienhard (2008) sobre a resistência negra na América Latina, já que o autor nos coloca diante dos movimentos negros insurgentes, desmistificando a ideia de passividade dos escravizados neste território. Apresentamos discussões sobre o termo “escrevivência”, cunhado por Conceição Evaristo (2020), bem como aquelas de Aleida Assmann (2011) e Seligmann-Silva (2003) sobre os estabilizadores da memória, pois as obras aqui em estudo fazem parte de relat
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