v. 9 n. 1 (2025): O trabalho ainda é importante? Transformações trabalhistas, experiências organizacionais e resistências feministas no neoliberalismo
No contexto da hegemonia do capitalismo financeirizado em nível global, baseado na exploração do desenvolvimento tecnológico acelerado e na pilhagem de territórios e populações subordinadas, os mercados de trabalho - bem como as formas, os significados e os conflitos que configuram o chamado “mundo do trabalho” na atualidade - apresentam características inéditas. Na Argentina, a persistência de lacunas e segmentações expõe a natureza estrutural da desigualdade no trabalho, na qual o gênero é uma dimensão inevitável. Ao mesmo tempo, a flexibilidade, a automação, a individualização e a implementação de novos mecanismos de controle se consolidam como características centrais do trabalho contemporâneo e têm um impacto nas regulamentações, experiências, significados, formas de organização e ação coletiva dos trabalhadores. A partir da multiplicidade teórica dos feminismos, neste dossiê pretendemos questionar, repensar e debater as transformações do trabalho e as formas pelas quais os trabalhadores exercem o poder coletivo diante do imperativo da acumulação capitalista.