As têmporas e as mãos. Fertilidade, arqueologia e comunidade em Luxor (República Árabe do Egito)
DOI:
https://doi.org/10.31048/1852.4826.v14.n1.29089Palavras-chave:
Herança, Arqueologia, Egito, Mulheres, FertilidadeResumo
Entre as colunas monumentais e salas hipostilo dos templos egípcios, entre milhares de hieróglifos, deuses, deusas, faraós, famílias reais e sacerdotes, também estão inscritas algumas histórias que entendemos merecem e devem ser contadas. Em torno desses espaços monumentais, encontram-se narrativas e práticas alternativas à patrimonialização globalizada e à egiptologia clássica, mediadas pelas ações de pessoas que afetam e são afetadas por esses espaços. Neste trabalho explorarei uma ligação especial entre a população contemporânea e os sítios arqueológicos faraônicos, na área que atualmente compreende a Governadoria de Luxor (República Árabe do Egito). Vou me concentrar em um tipo particular de traços, o escurecimento de alguns hieróglifos, o produto do contato repetido com as mãos. Discutirei a possibilidade de que conhecimentos dispersos por uma egiptologia já com séculos de história sejam capturados e ressignificados em torno de questões muito poderosas para aquela comunidade, como dar vida, fertilidade e o lugar da mulher.
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