Educação (nem ambos) superior, mais democrática (talvez)

Autores

  • Pedro Demo Universidade de Brasilia

DOI:

https://doi.org/10.61203/2347-0658.v14.n1.48047

Palavras-chave:

Educação Superior. Universidade. Mercantilizar. Democratização.

Resumo

Enquanto estamos sendo avassalados ou atropelados por avanços tecnológicos digitais que vão nos incomodar muito, em especial em relação ao ensino que vai se neoliberalizar (mercantilizar) ainda mais, vamos fazendo de conta que a educação vai se aguentando. Uma das tiradas mais eloquentes de Darcy Ribeiro foi que a crise da educação brasileira não é uma crise; é projeto (Roitman, 2022). A crise é tanto mais aguda, quanto menos a queremos perceber. Esta alienação é secular entre nós, em parte porque o sistema educacional atende à elite, pela regra da cota: a melhor universidade sempre foi cota dos mais ricos, flagrantemente. A cota dos negros é, tipicamente, uma contracota, uma resposta e isto é mais que suficiente para a justificar. Mas, como em toda política social há uma arapuca, a arapuca aqui é, havendo algum acesso, a continuidade não é assegurada, o que implica esvaziar a oportunidade, em especial para os cursos mais procurados. Em geral o cotista não é reprovado (pegaria muito mal!), mas não precisa: ele mesmo desanima... Há um consolo, porém, porque o acesso se democratizou um pouco, pelo menos formalmente. Outras peripécias, contudo, desgastam a instituição, em parte com alguma razão, mas em parte por inépcia tradicional: ao invés de tentar entender a mudança, achando-se dona dela ou métrica dela, vai ficando para trás. A educação não muda, mas os tempos mudam. Faço neste texto um esforço para dar conta, mesmo muito preliminarmente, de alguns desafios da universidade, bem perdida no mundo da lua, mas um pouco mais democrática.

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Biografia do Autor

  • Pedro Demo, Universidade de Brasilia

    Graduado em filosofia e doutorado em Sociologia - Universität Des Saarlandes/Alemanha, fez seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Professor Titular da Universidade de Brasília, desde 1982, Departamento de Sociologia (SOL), aposentado em maio de 2008. Foi secretário-geral adjunto do Ministério da Educação e presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Como autor publicou mais de 100 livros. Tem experiência na área de Política Social, com ênfase em Sociologia da Educação e Pobreza Política. Trabalha com Metodologia Científica, no contexto da Teoria Crítica e Pesquisa Qualitativa. Pesquisa principalmente a questão da aprendizagem nas escolas públicas, por conta dos desafios da cidadania popular e em estudo da complexidade, a aprendizagem digital, a cibercultura, e novas formas de produção do conhecimento.

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Publicado

2025-01-29

Edição

Seção

DOSSIER: "Educación Superior, Democracias y democratización del conocimiento en América Latina y el Caribe: balances y tendencias (I)"

Como Citar

Educação (nem ambos) superior, mais democrática (talvez). (2025). Integración Y Conocimiento, 14(1). https://doi.org/10.61203/2347-0658.v14.n1.48047

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