Educação (nem ambos) superior, mais democrática (talvez)
DOI:
https://doi.org/10.61203/2347-0658.v14.n1.48047Palavras-chave:
Educação Superior. Universidade. Mercantilizar. Democratização.Resumo
Enquanto estamos sendo avassalados ou atropelados por avanços tecnológicos digitais que vão nos incomodar muito, em especial em relação ao ensino que vai se neoliberalizar (mercantilizar) ainda mais, vamos fazendo de conta que a educação vai se aguentando. Uma das tiradas mais eloquentes de Darcy Ribeiro foi que a crise da educação brasileira não é uma crise; é projeto (Roitman, 2022). A crise é tanto mais aguda, quanto menos a queremos perceber. Esta alienação é secular entre nós, em parte porque o sistema educacional atende à elite, pela regra da cota: a melhor universidade sempre foi cota dos mais ricos, flagrantemente. A cota dos negros é, tipicamente, uma contracota, uma resposta e isto é mais que suficiente para a justificar. Mas, como em toda política social há uma arapuca, a arapuca aqui é, havendo algum acesso, a continuidade não é assegurada, o que implica esvaziar a oportunidade, em especial para os cursos mais procurados. Em geral o cotista não é reprovado (pegaria muito mal!), mas não precisa: ele mesmo desanima... Há um consolo, porém, porque o acesso se democratizou um pouco, pelo menos formalmente. Outras peripécias, contudo, desgastam a instituição, em parte com alguma razão, mas em parte por inépcia tradicional: ao invés de tentar entender a mudança, achando-se dona dela ou métrica dela, vai ficando para trás. A educação não muda, mas os tempos mudam. Faço neste texto um esforço para dar conta, mesmo muito preliminarmente, de alguns desafios da universidade, bem perdida no mundo da lua, mas um pouco mais democrática.
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