“Mamãe do outro lado do vidro”. Mulheres e crime na atual crônica argentina
Palavras-chave:
Crônica, Crime, Homicídio, MulheresResumo
Este trabalho investiga as formas de narrar diferentes crimes cometidos por mulheres no campo da crônica policial argentina nas últimas décadas. Em particular, interessa-nos estabelecer uma comparação entre as narrativas que se referem a crimes contra o património ou ligados a atividades ilícitas (piratas de asfalto, tráfico de drogas, fraudes) com outro tipo de crime muito específico: o homicídio. Nossa hipótese de partida é que esses acontecimentos são tematizados de forma diferente nas crônicas, assim como seus protagonistas. As narrativas que abordam o primeiro tipo de crimes possuem um alto grau de pitoresco que torna os ladrões personagens emocionalmente próximos. Pelo contrário, as narrativas do segundo tipo apresentam o ato como algo ininteligível e impróprio. A mulher homicida adquire características de monstro e suas ações ficam excluídas do pensável. Ou seja, quem comete determinados crimes é humanizado e quem comete outros é desumanizado. Em ambos os casos, a cadeia de significantes mulher-mãe-cuidado desempenha papel fundamental. Para trabalhar esses modos diferenciados de representação tomaremos os livros de crônicas Mujeres assassinas [2005] de Marisa Grinstein e Bandidas [2019] de Nahuel Gallotta. Secundariamente utilizaremos trechos dos livros Mi madre, Yiya Murano [2016] de Martín Murano, Nahir [2018] de Mauro Szeta e Mauro Fulco, e Sangre joven [2009] de Javier Sinay. É claro que vale esclarecer que este trabalho centra-se na análise textual das crônicas sem abrir julgamento sobre os acontecimentos que lhes dão origem.
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Referências
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